Inquietação, loucura e arte - Marcos Philipe

O Rock aos Montes está de volta... em novo formato e com muito rock'n roll. Confira a entrevista e a colaboração minha na 1a edição do reformulado zine: http://zinerockaosmontes.blogspot.com/

Inquietação, loucura e arte - Marcos Philipe

Na edição que marca a volta do fanzine Rock aos Montes, convidamos o estudante e artista Marcos Philipe para ilustrar a publicação. Natural de Montes Claros, Marcos demonstra em seus desenhos e pinturas uma alma poética e inquieta. Cada traço deixa uma marca de seu comprometimento com uma visão pura e real da humanidade. Sem medo algum, o artista explora ainda o universo do subconsciente, dos sonhos e esperanças. 

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ROCK - QUANDO VOCÊ COMEÇOU A DESENHAR E A PINTAR? QUAIS FORAM AS MOTIVAÇÕES?

A primeira vez que eu me lembro de ter desenhado foi na terceira série; eu desenhava pokémons e vendia para os meus colegas. Aos quinze comecei a desenhar personagens de revistas de RPG. A pintura iniciou já dentro do curso de Artes na Unimontes. Em paralelo ao curso, iniciei pintando em pedaços de madeiras que eu pegava do lixo da serralheria. Apesar de não saber pintar, vendi quase todas as paisagens toscas, e com a grana comprei mais tinta. Continuei um tempo nesse lance de madeira, curtia essa parada de artista marginal, ainda que eu nem fosse tanto. Mas foi nesse ano que a pintura se desvelou. 

ROCK - QUANDO ESTÁ DESENHANDO E CRIANDO, COMO FUNCIONA ESSE PROCESSO? EM QUE VOCÊ PENSA?

Eu tenho ideias nas piores horas possíveis, porque aquilo vai matutando na cabeça até ter a oportunidade de cuspir pra fora e materializar a criação artística. Trabalho simultaneamente com diversas produções, deixando um rastro de coisas inacabadas. Passo hiatos sem fazer nada, seguidos de longos processos de criação, no qual só largo o pincel quando está escuro demais pra se ver. 

ROCK - VOCÊ COSTUMA DESENHAR OUVINDO MÚSICA? DÊ ALGUNS EXEMPLOS DE SONS QUE VOCÊ VEM OUVINDO DURANTE O TRABALHO

Gosto de pintar ouvindo música. Para mim, tendo um espaço bacana, qualquer lugar serve, mas só a música aquieta aquele silêncio gritante em que você e sua cabeça não se desligam. Ouço de tudo, mas fico períodos ouvindo a mesma coisa dezenas de vezes, porque não gosto de trocar as músicas do ême-pê-três e a minha vitrola quebrou. Mas ganhei um disc man de um amigo e agora só tenho ouvido Beatles. Sei que é chato esse papo de ser eclético, mas pra mim boa música é o que vale. Esse ano entrei numa vibe mais folk, blues e jazz, e, no meio de tudo, o bom e original rock.

ROCK - POR QUE ESCOLHER O CURSO DE ARTES? QUAIS SÃO OS OBJETIVOS COM A CONCLUSÃO DO CURSO? ESPECIALIZAR EM ALGO?

Cara, eu peguei a lista de cursos e fui eliminando as que eu não queria. Fiquei na dúvida entre jornalismo e artes, e como os dois eram noturnos, tive que optar por um. Fiz licenciatura porque não podia ir pra fora. Aprendi a gostar dessa parada de arte-educador, porém isso não é pra mim. Fiz meu trabalho de conclusão de curso em cima da minha produção artística pessoal e ano que vem é um abismo de incertezas.