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#Sol na Cara

#Sol na Cara
Além da relação, de sol/luz, esperança de mudança, apesar de ir contra a convenção, deixando o suor escorrer, sem se cansar!

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7.21.2012



Azul. Lavanda. Margarida. Acrobata. Chinês. Ruivo. 23. Petit gateau. Cachoeira. Primavera. Oração ao tempo. Lince. Manhã. Itália. Saxofone. Isso é tudo que ele seria se não fosse ele mesmo e sim outra coisa. O hábito dos cadernos de perguntas da adolescência já havia rendido muitas sessões de terapia. Sobre sua existência no condicional tinha todas as explicações e termos, sabia tudo que seria, e fazia, e diria e teria, mas o indicativo do presente real à sua frente é que não via condições para nada daquilo. Era bom de construir sonhos e delírios, mas não tinha matéria-prima emocional em estoque para o que seus dias demandavam de fato. Poderia escrever livros explicando porque seria uma margarida, se fosse flor, ou porque seria um saxofone, mas o conteúdo desses livros imaginários ficava numa ilha sem ponte, sem sequer uma jangada para que saísse de lá. E o rapaz exilou-se nessa ilha. A Terra das Possibilidades Impossíveis. Lá experimentava uma fantasia nova por dia. Mas não era nada disso. Não era nada. Não era. Não. "Onde mora o meu sim?", era a voz do seu choro. A voz começou a gritar com ele. A voz começou a lhe dar ordens. A voz lhe ameaçava.

- E hoje?
- Azul. Lavanda. Margarida.
- Como uma margarida pode ter perfume de lavanda? E ser azul?
- ...
- Vamos, hora do remédio.
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