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#Sol na Cara

#Sol na Cara
Além da relação, de sol/luz, esperança de mudança, apesar de ir contra a convenção, deixando o suor escorrer, sem se cansar!

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7.07.2012

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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Há muitos dentro de mim. E às vezes eles saem. Partilha-se tudo. Aposta-se que promiscuidade é só do sexo para dentro, dos becos para fora é conversa. Um dos maiores erros que cometi foi ter confiado a quem não me fia aquilo que tenho de mais precioso: meu ontem. Lembro-me de ter sentado em bancos, mesas, de ter me encostado na parede para descansar da amargura do que vivi, e esvaziei esse cálice em ouvidos sujos da vontade de algo estranho. Fui leviano com o punhal cravado, e fazia dele varal para a roupa velha enquanto imaginava que assim o arrancava de mim. Ainda mais quando me vi no centro de oportunidades novas. E por mais que quisesse puxar todos para perto de mim, quanto mais quis dividir, mais vi a celeuma se instalar. Quem senão eu o responsável por isso tudo? Por isso tenho lá minha dificuldade em não gostar, apesar de experimentar descontentamento. Não digo o contrário de amar, porque em tempos difíceis todo palavrão é muito. Já há desgraça por demais solta pela Medina. Digo que não aprovo, não concordo, mas desço. Mas isso não te dava o direito de fazer o que fez. A razão é só o outro nome para sua vontade. Se esqueci de sacrificar aos deuses, e de ser grato pela oportunidade de conhecer melhor o gênero humano, tudo que vi, ouvi foram-me tão instrutivos como tudo que se insere no retorno de Saturno, que sempre me espera na saída para me cobrar a consumação. Por isso, a minha fração nisso tudo. O meu hálito no seu falo não passa de um apetite. Voraz, como a sombra que se esconde em seus olhos. Uma sombra que machuca e faz bem. Eu deixo manifesto. Abertamente acho algumas ondas pós-modernas como a maquiagem de um dadaísmo totalmente desproposital. Todavia, devo assumir que me enamorei com algumas deles. Amor não se dosa, nem é servido em copo americano. Na verdade, tudo que daí vem é corrosivo, quando o assunto é sentimentos sinceros. Falei e fiz demais. Disse do que sentia, comentei do que não entendia para outros, senhores dos pedaços mal contados da minha vida. Fiz, e por isso, todavia, está feito, resta agora confiar: enquanto escrevo, fico me mechendo na cama a mirar o mar, esperando que passe a minha baleia. Isso é de mim. Você me deu o ensejo, que espero retribuir com suco da fruta. Para você deixo muita coisa; a mais importante delas, minha sinceridade. Sei que não é muito quando se quer tudo e se espera tudo. Certeza é que não paro, muito menos para chupar uma manga. Me ensina a cultuar o silêncio sem deixar de amar os dois dedos de prosa que o cotidiano nos pede. É no espírito da boa conversa que eu abro a porta de casa, que dá para a rua, lugar do público. Tanta coisa boa aí fora, tanto cheiro, tanto som e tanta rima que até me anima a verso novo. Machucar-se faz parte do contato com o humano. Há muitos dentro de mim. Eles sempre entram.

18:18
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