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#Sol na Cara

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Além da relação, de sol/luz, esperança de mudança, apesar de ir contra a convenção, deixando o suor escorrer, sem se cansar!

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8.04.2012

Certa vez, ao ver pela primeira vez as minhas telas, um amigo me indagou por que as mantinha guardadas, e o que faria com elas. Ontem a pergunta tornou a aparecer. O que fazer com tudo isso?

Enquanto alguns encontram facilidade em expor sua arte em espaços culturais e artísticos, outros pelejam para conseguir um espaço no mínimo... adequado. No meio de editais, projetos, leis e incentivos, a fé perdura. E após não muito sucesso, com um tremendo receio após ver algumas exposições com direito a mofo - nada contra, SE fosse intencional; já vi arte com poeira, e longe dos anrizes, é deveras interessante - e estruturas um tanto dispensáveis, cedo ao espaço público local. 

Quando fazemos algo excepcional, modéstia a parte, o peito estufa ao ouvir que em trinta e cinco anos de profissão, não havia visto trabalhos como o meu. Mas confesso que preferia ter recebido  nenhum elogio e firmado uma data, ao invés de palavras agradáveis de serem ouvidas seguidas de um pé na bunda. Desculpe-me, estou me delongando, mas é difícil quando o único espaço público de cultura te renega.

Mas enfim, já que não há espaço físico, por que não criar um virtual? E assim nasceu a ideia da Galeria Virtual de Artes Integradas. Na teoria era lindo. Porém por questões sócio-político-econômicas (ou seja, grana), não foi pra frente. Não consegui fazer tudo sozinho, e sem um domínio próprio, a galeria virtual não fucionaria como deveria. Deixei-a então em coma, enquanto me habituava com uma ideia que deveria ter antecedido a Galeria. Aqui já me interessava mais pela curadoria, numa pretensão de ter uma noção de montar uma exposição fora dos biombos norte-mineiros. E aí, comecei a pensar em criar espaços, já que não há. Intervenções poéticas e musicais são fáceis, de teatro um tanto e de dança às vezes. Posso estar pecando pois não tenho base para falar de áreas que não são as minhas.


Mas acontece que uma intervenção artística é mais complicado. Por exemplo, aonde fazer uma exposição de quadros fora das paredes? E de forma que apresente um resultado e uma estética bacana? É difícil, mas será impossível? Então iniciei o projeto intitulado Espaços Desabitados.

Por estas estradas montesclarenses um espaço de intercâmbios e interatividade surge. Um lugar onde o artista e o público passeia, um lugar de troca, de adaptações, via de mão dupla. Estudar este processo é um dos pontos fundamentais para apontar outra forma de pensar a disponibilização da arte, em espaços desabitados. A disponibilização compreende o ambiente onde o trabalho está que pode ser um ambiente físico, para obras que requerem este meio.

Como ponto inicial, busco nos aproximar de alguns conceitos em relação aos espaços, suas relações com a arte contemporânea e seus sistemas de distribuição/disponibilização. Assim, compreenderemos qual é a sua abrangência e importância de desenvolver uma galeria neste meio, bem como avaliar quais as melhores alternativas para esta construção.

A partir deste novo espaço, surge uma nova cultura; a partir de um espaço de comunicação se desenvolve uma cultura aberta, disposta a receber, passar e trocar informações. Esta cultura engloba os meios de comunicação tradicionais até então existentes e ainda permite interagir e abastecer o novo sistema midiático. O vazio, com suas alternâncias e infinitas possibilidades de conexões, é quem dá sustentação a tudo o que envolve o espaço, pelas ligações que escolhe. Dessa forma, continuamos na busca pelas oportunidades que o espaço oferece ao sistema de distribuição/disponibilização da arte contemporânea. O que estes artistas buscam é levar a arte ao público e promover um contato maior entre artista, obra e público. O que estes artistas precisam é de um espaço de divulgação/exposição que realmente se ajuste às suas produções.

Assim, é pela análise destas questões que sigo em busca da maneira mais adequada para pensar espaços que inclua artistas, público e obras. Acredito que realmente sempre há lugar para o novo, lugar de experimentar. Os artistas e críticos precisam reconhecer a necessidade desses espaços de interatividade, e devem valorizar, para serem apreciados e reconhecidos pelo grande público.
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